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Em 20 de setembro de 2018, estivemos reunidos junto ao Grupo de Estudos de Direito Digital e Compliance da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) para apresentar e debater sobre o tema Open Banking.

Evento FIESP - Open Banking Brasil
Comunidade Open Banking Brasil

Este é um assunto que tem ganhado amplo destaque na mídia nos últimos meses, principalmente por conta da entrada em vigor das regulamentações européias do PSD2 (Payments and Services Directive 2) e Open Banking (UK), em janeiro de 2018.

Importante observar que já existe uma previsão de regulamentação pelo Banco Central do modelo Open Banking no Brasil. A previsão é que este processo deva acontecer entre o final de 2018 e meados de 2019.

Mas afinal, como um tema normalmente associado ao mundo financeiro pode impactar a indústria brasileira?

Para responder a esta e outras perguntas trouxemos alguns especialistas na área para debater sobre o tema Open Banking.

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)

Confira a agenda de apresentações:


Fernando Galdino apresentando os principais conceitos

Fernando Galdino (Oracle) fez a introdução ao tema Open Banking, explicou os principais conceitos, falou sobre a economia das APIs e da importância do movimento Open Banking para o setor financeiro, assim como destacou o crescimento do ecossistema e das comunidades Open Banking no mundo e no Brasil.

Davi Cunha apresentando casos de uso e regulamentações

Davi Cunha (IBM) falou sobre as regulamentações européias do PSD2 (Payment Services Directive)  e Open Banking (UK), apresentou aspectos relacionados à regulamentação e legislação brasileira, lei geral de privacidade de dados (LGPD), casos de uso de Open Banking (pagamentos, empréstimos, investimentos) e destacou alguns casos reais de Open Banking em empresas no Brasil e no Mundo.

Ingrid Barth apresentando casos reais de Open Banking no Brasil 

Ingrid Barth (BlockBR) falou sobre sua experiência no setor financeiro, desde bancos tradicionais, passando por bancos digitais (Neon) e fintechs como a FoxBit. Ingrid apresentou alguns casos de Open Banking no Brasil, tais como Conta Azul (Banco do Brasil) e FitBank. Falou da importância do modelo Open Banking para simplificar e agilizar processos e deixou claro “Open Banking já acontece no Brasil, mesmo que muitas vezes de forma silenciosa!”.

Mile Wile, apresenta o caso de sucesso GuiaBolso

Mike Wile (GuiaBolso) explicou a importância do movimento Open Banking e de como ele veio para ficar aqui no Brasil. Mike falou sobre o caso de sucesso do GuiaBolso (usado por cerca de 4.5 milhões de clientes), destacou a importância da orientação e do planejamento financeiro nas vidas das pessoas, demonstrou algumas telas do aplicativo móvel e apresentou números reais de como o uso do aplicativo GuiaBolso tem ajudado as pessoas a economizar, reduzir uso de cheque especial e reduzir a inadimplência financeira.

Em seguida, tivemos um debate muito rico e interativo com diversos representantes do grupo de direito digital e compliance da FIESP, envolvendo entre outros, advogados, diretores de empresas, desembargadores e renomados especialistas em direito digital.

Confira abaixo algumas das principais conclusões deste debate:

  1. No modelo Open Banking o cliente é o “dono” dos seus dados e ele é quem deve define com quem compartilhar suas informações.
  2. Não é possivel dissociar o Open Banking de uma estratégia de proteção e privacidade dos dados (ex. LGPD no Brasil).
  3. Regulamentar o Open Banking é fundamental e trará benefícios para todo o ecossistema e a sociedade.
  4. Os aspectos de segurança e privacidade da informação são primordiais uma vez que o compartilhamento de dados atual (que já acontece entre as empresas) pode implicar em risco de vazamento da informação e uso não apropriado de dados dos clientes.
  5. O termo “Open” deve estar associado à exposição “de forma segura” da informação, através de APIs (interfaces de programação de aplicações) bem documentadas, garantindo total proteção e mecanismos de controles.
  6. Os bancos tradicionais possuem um legado importante que precisam preservar e isto impacta em maiores custos com tecnologia e manutenção destes ambientes. Novos bancos digitais não têm este legado, o que implica em uma estrutura de custos bem mais enxuta e com potencial redução de custos atrelados à aquisição de clientes e originação de crédito via canais digitais, entre outros.
  7. Bancos tradicionais já utilizam APIs há decadas, porém a gestão muitas vezes acontece de modo “caseiro”.
  8. Bancos tradicionais precisam definir um modelo “escalável” de integração usando APIs e parceirizar com Fintechs para acelerar substancialmente a velocidade com que entregam soluções ao mercado e novas experiências aos consumidores. 
  9. As parcerias com Fintechs são fundamentais para o avanço do Open Banking, uma vez que os bancos não conseguirão acompanhar a velocidade das mudanças de mercado, e as novas demandas do consumidor apenas com desenvolvimento interno.
  10. Para as instituições financeiras o Open Banking é uma estratégia fundamental que permitirá uma melhor personalização do consumidor e um controle mais eficiente da jornada financeira do cliente final.
  11. É fundamental considerar a adoção de novas tecnologias, tais como a Inteligência Artificial, o Machine Learning e o Blockchain.
  12. Open Banking pode sim oferecer benefícios para o setor industrial
  13. A maior parte do setor industrial é composto de micro e pequenos empresários que podem se beneficiar do acesso facilitado ao crédito, e com taxas mais atraentes. Fintechs podem ajudar a aumentar a competição no mercado de crédito e redução de taxas de juros nos financiamentos concedidos.
  14. Open Banking pode trazer benefícios em uma série de outros cenários, incluindo pagamentos e carteiras digitais, gestão e planejamento financeiro, novas opções de investimentos ou mesmo através da agregação de serviços financeiros e não-financeiros utilizando o conceito de marketplace digital.

A comunidade Open Banking Brasil agradece o convite e principalmente a colaboração de todos os participantes do grupo de Estudos de Direito Digital e Compliance da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) neste importante e riquíssimo debate.

Confira abaixo os vídeos sobre o evento:

Davi Cunha fala sobre palestra de Open Banking na FIESP
Galdino conta sobre a palestra de Open Banking na FIESP

Abaixo link para o conteúdo apresentado na reunião da FIESP:

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