Você sabia que o Grab, o aplicativo de transporte se tornou a maior carteira digital de Singapura e tem mais de 60 conexões com empresas do setor financeiro, tais como bancos e seguradoras? O objetivo da empresa é se tornar uma “plataforma central” para atender às mais variadas necessidades financeiras dos cidadãos da região do sudeste asiático.
Enquanto isso o Yandex, aplicativo líder em serviços de busca na internet e de transporte privado na Rússia, anunciou que pretende se transformar no maior banco digital do país.
O modelo de “finanças embarcadas” ou embedded finance tem ganho espaço no mercado ao empoderar consumidores e fomentar o ecossistema ao oferecer serviços de pagamentos, empréstimos, seguros ou mesmo investimentos, em aplicativos, web sites e canais originalmente dedicados a outras áreas que não o setor financeiro. O modelo de “finanças embarcadas” permite acessar os serviços bancários não de onde eles tradicionalmente se originam (por exemplo, de um canal internet banking de um banco), mas de onde estamos, como por exemplo através de um aplicativo de transporte compartilhado ou canal de venda de um varejista, de maneira transparente e conveniente para o consumidor.
Empresas de tecnologia que não necessariamente fornecem serviços financeiros podem incorporar serviços de instituições financeiras e fintechs diretamente em seus produtos, serviços e canais. BigTechs como Google e Amazon já exploram novas oportunidades neste mercado e começaram a lançar serviços financeiros incorporados na forma de pagamentos digitais (Google Pay), conta corrente integrada e serviços de empréstimos (Amazon Lending) por exemplo, em parceria com Bancos, Instituições financeiras e Fintechs. Ao mesmo tempo, as Fintechs também podem encontrar um novo canal de distribuição, fornecendo produtos financeiros fora de seu produto ou canal principal.
Um estudo recente da Bain Capital Ventures, prevê que o novo mercado potencial para o embedded finance para empreendedores, investidores, fintechs e titulares, somente nos EUA, pode chegar a US$ 3,6 trilhões em dez anos. Cabe ao banco e às instituições financeiras tradicionais se adaptarem às mais modernas necessidades de seus clientes por novos e melhores serviços, acessados através do canal de escolha destes consumidores (ou omnichannel). Essa nova demanda, combinada com o surgimento de tecnologias de software inovadoras, Banking as a service (ou BaaS), além de novos modelos baseados em plataformas, está criando uma nova forma de acessar serviços financeiros que é incorporada em aplicativos de terceiros, descentralizada e acessada por meio de APIs (application programming interfaces).
O embedded finance oferece pois oportunidades únicas de parcerias entre bancos, varejistas e empresas que possuem uma ampla base de clientes e fintechs que ampliam a distribuição e oferecem produtos e serviços inovadores. Casamento “quase perfeito” com novos modelos como Open Banking e centrados em ecossistemas e plataformas digitais. Entretanto, isso vai exigir uma grande mudança não apenas na cultura, mas também nas práticas organizacionais das empresas do setor.
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