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O Banco do futuro orientado a dados

Os dados financeiros estão se tornando mais acessíveis com o avanço do Open Finance, ao permitir que as empresas criem novas experiências financeiras, baseadas nos dados bancários de seus clientes, no relacionamento financeiro e no comportamento dos seus clientes. A inteligência de dados é um diferencial para as instituições financeiras e no ecossistema Open Finance ganha um peso ainda maior dia após dia.

O Open Finance tem potencial de impulsionar a inovação e uma verdadeira transformação em serviços financeiros, com grandes oportunidades para que bancos, cooperativas de crédito e fintechs desenvolvam uma visão holística das finanças e do histórico financeiro de seus clientes, ampliem o engajamento com os mesmos e criem relacionamentos ainda mais duradouros e lucrativos com os seus clientes.

Os dados são o combustível que alimenta a inteligência analítica, mecanismos de análises avançadas e insights proativos em tempo real, oferecidos por bancos e aplicativos mais sofisticados e carteiras digitais de Fintechs. A chave do sucesso é poder oferecer experiências intuitivas, conectadas, não intrusivas e hiper personalizadas aos clientes quando eles realmente precisam do apoio da instituição, mas sem deixar de lado o fator humano. Isso é feito por meio de plataformas inteligentes de dados, que combinam análises preditivas, inteligência artificial e tecnologias de aprendizado de máquina para transformar dados brutos em insights acionáveis ​​e prover estímulos para os clientes ao longo da jornada e relacionamento com a instituição financeira.

Como exemplo, o Open Finance também pode ajudar a identificar novas ofertas de crédito mais inclusivas para clientes com dificuldade de acesso ao sistema financeiro e se conectar com os clientes através de canais não bancários, como por exemplo, um aplicativo de entregas ou mesmo de transporte compartilhado. Ao ampliar o acesso aos dados e informações financeiras de seus clientes, bancos e instituições financeiras podem compreender melhor a capacidade financeira de seus clientes, gerenciar melhor o risco de crédito e melhorar a qualidade do crédito disponibilizado para os consumidores. Existem grandes oportunidades a serem exploradas a partir de decisões baseadas em dados, habilitadas e empoderadas pelo Open Finance.

Embedded finance e o Banking as-a-Service (BaaS)

Enquanto o Open Finance abriu as portas para o compartilhamento de dados, reduzindo assimetrias de informação entre as instituições, a estratégia Embedded Finance (ou finanças incorporadas) está conduzindo o setor financeiro a um novo patamar. Para os não iniciados, o Embedded Finance refere-se ao uso de instrumentos financeiros por empresas não financeiras. Se você não conhece o conceito, recomendo a leitura do artigo: Você conhece o fenômeno do Embedded Finance? – Open Finance Brasil (openbankingbrasil.com.br). Existe um mercado substancial para as finanças incorporadas que cresce rapidamente e permite aos clientes cada vez mais consumirem serviços financeiros através de parceiros e ecossistemas digitais não bancários.

O Embedded Finance permite que qualquer tipo de empresa ou loja online incorpore o produto ou serviço financeiro diretamente em seus canais digitais, plataformas e aplicativos móveis e se conectando às instituições financeiras autorizadas normalmente utilizando a estratégia BaaS (Banking as-a-Service) e sem desviar os consumidores para portais ou aplicativos de terceiros. Em vez de compartilhar jornadas como o Open Finance faz, por exemplo, e ter um aplicativo de gerenciamento financeiro, normalmente oferecido por um banco ou fintech autorizada e conectado às diferentes contas bancárias e de pagamentos dos seus clientes, as finanças incorporadas combinam a experiência do usuário, financeira e não financeira, em um só lugar, de forma transparente e invisível para o usuário. Os clientes, por exemplo, não precisarão mais inserir seus dados de pagamento para cada transação e poderão consumir serviços financeiros como pagar parcelado, ou mesmo contratar automaticamente um seguro no momento da compra e assim por diante.

Um estudo recente da Juniper Research* descobriu que a receita total da plataforma BaaS (Banking as-a-Service) deverá exceder US$ 38 bilhões até 2027, crescendo de US$ 11 bilhões em 2022. Este rápido crescimento deverá será impulsionado pela capacidade do BaaS de aprofundar os relacionamentos entre marcas e seus clientes, fornecendo experiências bancárias embarcadas e de pagamentos fáceis de usar.

Segundo pesquisa do IMR Instrospective Market Research**, publicada no artigo ‘O futuro do mercado financeiro começa no Bank as a Service’ (Terra.com.br, 24/09/2022), o Brasil é um grande consumidor do modelo BaaS e representa cerca 73% do mercado de Bank as a Service (BaaS) na América do Sul, com uma receita de USD 1,3 bilhões em 2021, frente a USD 1,9 bilhões no continente, no mesmo período.

Quando se trata de BaaS, por exemplo, os dados coletados durante as transações financeiras podem impulsionar novos cenários como, por exemplo, o financiamento direto no ponto de venda. Altas taxas de conversão, devido ao fato de que nenhuma fricção adicional é necessária para contratar o financiamento, o pagamento é integrado e contínuo e o checkout rápido e transparente. Economiza-se tempo do consumidor para etapas como aprovações de empréstimos, liquidação e pagamentos de contas, prazo para confirmação de pagamento e assim por diante. Nesses casos, os bancos também podem se beneficiar do modelo de parceria oferecido pelo BaaS e aproveitar os dados coletados para explorar novos modelos de financiamento personalizados para seus clientes, com base na análise de padrões e comportamento de compras dos mesmos.  

As finanças incorporadas (ou embedded finance) simplificam a jornada do usuário, mas junto com o Open Finance as oportunidades de inovação podem ser aceleradas, ao ampliar acesso a dados, serviços e expandir as ofertas aos usuários. A evolução do open finance em finanças incorporadas é importante para ir além dos casos de uso de pagamentos e tornar o ecossistema financeiro ainda mais completo, acessível e prontamente disponível para os usuários.

Um caso de uso prático e poderoso e que se beneficia muito da combinação do Open Finance com as finanças embarcadas é o de PFM (personal finance management) ou gestão de finanças pessoais. No contexto de PFM, agregadores de dados se conectam a várias instituições financeiras para reunir dados financeiros de clientes, analisá-los usando motores analíticos e técnicas avançadas de aprendizado de máquinas e inteligência artificial, e fornecer insights relevantes aos clientes para viabilizar uma melhor gestão financeira pessoal.

Os agregadores podem também podem ampliar o alcance destas análises e insights ao contemplar jornadas financeiras e não financeiras e permitir que instituições financeiras conectadas possam aprender com novos dados e treinar seus modelos de scoring, risco e de recomendações. Bancos e instituições financeiras podem então usar a análise de dados avançada para monitorar transações em tempo real e identificar os hábitos dos clientes, fornecendo insights valiosos, o o que é crucial para o sucesso da estratégia PFM.

Apresentar insights em tempo real capazes de prever vencimentos de débitos futuros, identificar o saldo remanescente nas contas de seus de clientes, categorizar transações e identificar eventos importantes da jornada financeira do consumidor podem, de forma proativa, contribuir para o aumento do engajamento dos clientes e proporcionar uma gestão das finanças pessoais bastante efetiva. Por meio do uso de aprendizado de máquina avançado e da inteligência artificial, os consumidores também podem ter acesso a recomendações de investimentos automatizadas, por exemplo, ao identificar oportunidades de investimentos novas, mais rentáveis e adequadas ao seu perfil de risco, momento de vida e objetivos de curto, médio e longo prazo.

À medida que o setor financeiro se torna mais receptivo a modelos como o Open Finance e o BaaS, a falha em aproveitar todo o poder dos dados se tornará um obstáculo competitivo. Num futuro próximo, e se já não for uma realidade atual, as instituições financeiras líderes de mercado e mais eficazes terão dados incorporados em todas as decisões, processos e interações entre parceiros de negócio e jornadas com os clientes finais, e aproveitarão ao máximo a inteligência de dados habilitados por estes novos modelos de negócio e baseados em plataformas abertas.

Referências

*Juniper Research: Total Banking-as-a-Service Platform Revenue to Reach Over $38 Billion Globally by 2027, as Brands Race to Leverage Upsell Opportunities. Businesswire.com, 26 de set. de 2022. Disponível em: https://www.businesswire.com/news/home/20220925005012/en/Juniper-Research-Total-Banking-as-a-Service-Platform-Revenue-to-Reach-Over-38-Billion-Globally-by-2027-as-Brands-Race-to-Leverage-Upsell-Opportunities Acesso em 12 de nov. de 2022.

**O futuro do mercado financeiro começa no Bank as a Service. Terra.com.br, 24 de set. de 2022. Seção: Dinheiro em dia. Disponível em: https://www.terra.com.br/economia/dinheiro-em-dia/o-futuro-do-mercado-financeiro-comeca-no-bank-as-a-service,f18dd348cb7c99783c3a00405bc8acd6h9fw05w9.html Acesso em 12 de nov. de 2022.

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